Bastidores estão acelerados em Porto Velho e Ji-Paraná, principais colégios eleitorais do Estado
As eleições municipais (prefeito, vice e vereador) de outubro próximo estão chegando. Hoje (6), faltam exatos 3 meses para que os eleitores vão às urnas. Em Rondônia, somente Porto Velho tem possibilidades de segundo turno, porque tem colégio eleitoral superior a 200 mil eleitores (mais de 350 mil nas eleições de 2022).
Como não poderia deixar de ser, a correria nos bastidores é intensa, pois não estão em jogo somente as eleições municipais deste ano, mas também as gerais (presidente da República, governadores e respectivos vices, duas das três vagas ao Senado dos Estados e Distrito Federal, Câmara Federal e Assembleias Legislativas). A pressa é necessária, pois a partir do próximo dia 20, os partidos políticos poderão realizar as convenções para escolha dos candidatos aos cargos de prefeito, vice e vereador, com o prazo terminando no dia 5 de agosto.
A escolha dos candidatos certos, em condições de sucesso nas urnas, é importante, pois para o Estado é fundamental a escolha do próximo governador, já que o atual, Marcos Rocha (UB), está no segundo mandato e deverá disputar uma das duas vagas ao Senado em 2026. É o que se comenta nos bastidores da política.
Nos dois principais municípios de Rondônia, Porto Velho e Ji-Paraná, as eleições municipais estão com bastidores movimentados. Em Porto Velho, temos no mínimo meia dúzia de pré-candidatos em condições de sucesso. O prefeito Hildon Chaves, no último ano do segundo mandato, tem pretensões futuras e quer eleger alguém do seu grupo, pois trabalha com a viabilidade de disputar o Governo do Estado em 2026. Por isso, há empenho em colocar um nome em condições de sucesso, que teria seu apoio para seu projeto futuro.
Em Ji-Paraná, o prefeito Isaú Fonseca (UB) estaria disposto a buscar um novo mandato. Apesar de ter sido afastado do cargo em duas oportunidades em 2023, retornou via Justiça, e o arquivamento de denúncia contra ele pela Câmara Municipal, esta semana, que poderia deixá-lo inelegível, o coloca em condições legais para buscar um novo mandato.
O município de Ji-Paraná, segundo maior colégio eleitoral de Rondônia, com pouco mais de 100 mil eleitores, tem boa participação no cenário político regional. Dos três senadores, um é de Ji-Paraná: Marcos Rogério, presidente regional do PL. Na Câmara Federal, tem Sílvia Cristina (PP). Quatro dos 24 deputados estaduais são do município: Cláudia de Jesus (PT), Nim Barroso (PSD), Affonso Cândido (PL) e Laerte Gomes (PSD), o mais bem votado do Estado em 2022 (25.603 votos).
O que chama a atenção na política regional é o futuro político. Nas eleições para governador, Ji-Paraná tem o ex-senador Acir Gurgacz, presidente regional do PDT, que está inelegível, mas trabalha para ter condições de concorrer até 2026. Caso esteja elegível, deverá optar pelo Governo do Estado, cargo que ele já tentou, mas não conseguiu.
A disputa pelas duas vagas ao Senado em 2026 terá nomes expressivos de Ji-Paraná. Marcos Rogério, que perdeu as eleições para governador para Marcos Rocha no segundo turno em 2022, é sempre citado como pré-candidato. Se optar pelo Senado, terá sérias dificuldades para se reeleger, porque Sílvia Cristina, que deixou o PL para se filiar ao PP, já foi lançada como pré-candidata ao Senado pelo presidente regional do partido, ex-senador, governador e prefeito Ivo Cassol. A deputada federal é um dos nomes de maior ascensão na política regional e realiza um trabalho elogiado, inclusive pelos adversários.
Também se comenta sobre a possibilidade de Jesualdo Pires, ex-prefeito em dois mandatos seguidos e deputado estadual, que somou mais de 195 mil votos ao Senado em 2018, mas não conseguiu se eleger, entrar na disputa. Mas ele não confirma, e seu futuro político seria para 2026, visando uma das oito vagas à Câmara Federal, com amplas chances de sucesso.
Para 2026, Ji-Paraná provavelmente terá o maior número de bons candidatos em busca de eleger o governador (Acir e Marcos Rogério) e garantir, no mínimo, uma das duas vagas ao Senado (Sílvia Cristina, Marcos Rogério).
Hoje, as eleições municipais são importantes para a escolha dos novos prefeitos, vices e vereadores, mas são fundamentais para o futuro político do Estado, pois influenciarão diretamente na escolha do próximo governador, cargo que poderá voltar para o interior. Antes de Marcos Rocha, que tem domicílio eleitoral em Porto Velho, somente Oswaldo Piana (1990/94) era da capital. Os sucessores, Valdir Raupp (MDB) de Rolim de Moura, José Bianco (DEM) de Ji-Paraná, e Confúcio Moura (MDB) de Ariquemes, são todos do interior.
Hoje, o nome mais citado em Porto Velho para concorrer à sucessão estadual é do prefeito da capital, o tucano Hildon Chaves. Ele sabe que eleger o sucessor será um passo decisivo para suas pretensões políticas futuras. Por isso, investe na ex-deputada federal Mariana Carvalho (UB) e já se prepara para a sucessão estadual em 2026.